27 março 2009

Sebrae: mesmo sob impacto da crise, o País continuará crescendo

Por: Luana Cristina de Lima Magalhães
27/03/09 - 13h22 InfoMoney

SÃO PAULO - Na opinião do diretor de Administração e Finanças do Sebrae Nacional, Carlos Alberto dos Santos, mesmo com o impacto da crise financeira o Brasil irá crescer. Em entrevista à Agência Sebrae, ele comentou sobre as previsões da variação do PIB e o atual cenário das microempresas.

"As previsões para a variação do PIB em 2009 estão em torno de 2%. Sou otimista. Nos últimos anos, as previsões de crescimento sempre foram reavaliadas para cima, inclusive as do próprio governo. Mesmo que tenhamos um crescimento em torno de 2%, menos da metade do ocorrido em 2008, esta ainda é uma taxa dentro da média de períodos históricos recentes. Se confirmadas as expectativas mais pessimistas, ainda assim cresceremos, este ano, acima da média mundial".

Assim, Santos traduz a crise como forte desaceleração do crescimento que vinha sendo projetado em função do registrado nos últimos dois anos.

Microempresas

Quando indagado sobre as consequências da crise econômica para as microempresas, Santos ressaltou que, devido ao seu porte, esse segmento tem mais flexibilidade de adaptação.

"Se na bonança pequenas e microempresas são favorecidas, também são atingidas se a situação é de maiores dificuldades. Mas o bom, no que se refere ao segmento, é que o porte lhes dá mais flexibilidade de adaptação. Por isso, podem rapidamente mudar o foco da produção e identificar nichos de oportunidades trazidos, por exemplo, pela elevação dos custos das importações".

Santos também ressaltou que o câmbio mais valorizado traz grandes dificuldades para quem importa produtos finais ou componentes. Em especial para aqueles com contratos fechados, que calcularam custos baseados em taxas mais favoráveis.

Porém, ao mesmo tempo, o câmbio valorizado representa uma melhora para os exportadores e abre oportunidades enormes para setores produtivos nacionais que estavam sob forte pressão do produto importado. Surge, assim, um novo contexto de substituição das importações. O produto nacional passa a ser mais competitivo, o que pode beneficiar bastante as pequenas e microempresas.

"Em relação aos exportadores, a redução do volume de vendas pode, em parte, ser compensada pela mudança da taxa de câmbio, ou seja, eles podem ter mais receita com um volume menor de exportações. Esse efeito não deve ser neutro, não deve totalmente compensar o outro. Mas nossos exportadores, que reclamavam muito de uma taxa de R$ 1,6, agora estão recebendo muito mais reais pelo que exportam".

Como enfrentar a crise?

Santos afirma que não existe uma fórmula mágica para situações como essa. "Devemos estar atentos aos sinais de curto prazo, que vão determinando o médio e o longo prazo. Para as micro e pequenas empresas continuam valendo as mesmas orientações, seja qual for o cenário".

Em sua análise, Santos destaca que são ainda mais urgentes o maior profissionalismo na gestão, o maior controle de custos e uma gestão financeira mais rigorosa.

"Num ambiente mais adverso em termos de crescimento, é indispensável, por parte do empresário, a tomada de medidas visando ao aumento da competitividade. Não se trata de fazer tudo diferente. Trata-se de fazer melhor aquilo que precisa ser feito", finaliza.

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